A criança desde que nasce até sua idade adulta está em constante contato com diferentes meios de aprendizagens, onde vive em busca de satisfazer suas necessidades passando por diferentes convívios e as ações deste meio poderão influenciar na sua formação.
Entre os principais envolvidos no desenvolvimento das crianças, destacam-se: a família e a escola.
Segundo Freire:
A primeira escola da criança é a família. Na família ela aprende observando o modelo adulto. O adulto faz, a criança observa e imita. Para a criança não escapa nada.
Na família é lição toda hora: na conversa da vizinha, na brincadeira com a mãe, na leitura da comida, na arrumação da casa..., A criança está sempre com o radar ligado, captando as palavras, os gestos, os costumes, testando sempre seus limites. (Freire, 1990, P.65).
Os pais são vistos pelos seus filhos como exemplos, determinando suas ações e muito de seu aprendizado. Estamos diante de uma educação informal, onde há muitas aprendizagens, principalmente de valores, onde os pais é que proporcionarão este ambiente, que poderá ser rico ou pobre de experiências, possibilitando influências na formação dos traços da personalidade, atitudes, valores e na própria aprendizagem escolar.
Quando cito ambiente rico, refiro-me à influência da relação que existe na família, onde a mesma também tem a preocupação de oferecer um ambiente voltado para o desenvolvimento de seus filhos. Desta maneira há uma preocupação dos pais com a idéia de utilização das histórias em quadrinhos.
Em seu livro, Vergueiro deixa claro que:
As histórias em quadrinhos são objeto de restrição, condenadas pelos pais. De uma maneira geral os adultos tem dificuldade para acreditar que por possuírem objetivos essencialmente comerciais, os quadrinhos pudessem também contribuir para o aprimoramento cultural e moral de seus jovens leitores.(Vergueiro, 2007, P.8)
Muitos pais desconfiam das páginas multicoloridas das histórias em quadrinhos, acreditam que afastam as crianças de leitoras mais profundas, tornando-as preguiçosas e atrapalhando assim o amadurecimento sadio e responsável.
A primeira barreira a ser quebrada é a aceitação dos benefícios que as histórias em quadrinhos podem trazer e facilitar a vida escolar de seus filhos.
Vergueiro afirma em seu livro:
A barreira pedagógica contra as histórias em quadrinhos predominou durante muito tempo e, ainda hoje, não se pode afirmar que ela tenha realmente deixado de existir. Mesmo atualmente há notícias de pais que proíbem seus filhos de lerem quadrinhos, sempre que as crianças não se saem bem nos estudos ou apresentam problemas de comportamento, ligando o distúrbio comportamental à leitura de gibis (Vergueiro, 2007, p.16).
Não só os pais, como professores, encontram dificuldade de lidar com esta barreira, principalmente os que cresceram na época que malefícios da leitura de quadrinhos faziam parte do senso-comum.
Em seu livro, Vergueiro cita:
Os órgãos oficiais de educação passaram a reconhecer a importância de se inserir as histórias em quadrinhos no currículo escolar, desenvolvendo orientações específicas para isso. Por exemplo, o emprego das histórias em quadrinhos já é reconhecido pela L.D.B. (Lei de Diretrizes e Bases), e pelos P.C.Ns. (Parâmetros Curriculares Nacionais). (Vergueiro, 2007, p.21).
Portanto, percebemos que as barreiras contra o uso das histórias em quadrinhos em ambiente didático foi derrubada e o professor pode utilizar livremente no processo ensino-aprendizagem do aluno.
Calans diz:
Uma vez que se saiba com que tipos de material a classe está familiarizada, o professor poderá então efetuar um planejamento estratégico do bimestre ou do semestre, adequando o conteúdo programático à realidade do aluno e a tipologia de quadrinhos identificadas.(Calans, 2005.p13).
Constantemente as crianças estão sujeitas a diversas experiências, em diferentes meios, que possibilitarão ou não o seu desenvolvimento cultural e social.
Podemos destacar de uma maneira geral, que a maioria das pessoas tem o costume de partilhar suas revistas de quadrinhos, emprestando para amigos e familiares, sendo estes fortes colaboradores para experiências, onde destas, surgirão marcas que serão profundas e que estarão presentes por toda vida da criança.
Sendo assim destaco a seguir, o quanto o ambiente alfabetizador pode ou não contribuir para seu desenvolvimento.